O Parir do Monstro

by Dansa Macabra

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1.
Vagarosamente subo para o meu esconderijo Fecho a porta firmemente Confirmo que está trancada Duas vezes, ouço passos São os teus passos que ouço? Uma sombra inunda o quarto Um pesadelo invade o espaço Liberta-se o azedo odor Soa o hino à podridão humana Derrete-se o selo que guardava a regurgitada esperança O Parir do Monstro! Bruscamente desfaz-se a bela jarra E mil pedaços entranham-se na pele Mistura-se o barro, o fogo, o sangue O parir do monstro dissoluto de alma O Parir do Monstro! Enojado na refletida imagem suspiro És o meu criador, mas eu sou o teu mestre O negro vulto desadormece e levanta-se Da desfeita jarra empunha um caco O Parir do Monstro! E com a força de Teseu arremete violentamente sobre o fraco pescoço e divide o crânio do hediondo cadáver.
2.
O Animal 02:15
O fogo do teu olhar diz que és tu contra o mundo O sofrimento quando explicam o que já conheces O meu cérebro imagina o tempo até á fuga Enrolado como uma bola prestes a explodir Porque quando sou eu nunca consegues ver forçosamente empurrado para um beco sem saída Levado por entre as garras da perversão Porque na guerra do amor a fuga é uma vitória! O Animal! O Animal!
3.
Acorda dormente translúcido Levanta o raquítico esqueleto Invoca o nojo de gerações de assassinos mentecaptos E uma globalidade de mediocridade Inerente a toda a sua estirpe Reverberação desajustada da realidade que um dia imaginou existir Zurze o seu sorriso Irrisória tentativa que se torne notório nos olhos dos circundantes informes vermes Perecido no seu ridículo uniforme de normal sente o ar que entra e invade os pulmões não é suficiente para poder respirar como a sua caixa torácica deseja Atropelado pelo ruidoso zumbido proveniente de irritantes cordas vocais que parasitam pelo seu cérebro sente tremer o chão Divide a consciência com o etéreo espaço que infere sobre ele o que não consegue alcançar e que de alguma forma mais ou menos preconceituosa Reajeita a face irrefletida do espelho de uma fálica forma sente-se preparado para voltar ao sítio onde os seus tormentos têm vida e poder para voltar a ganhar a indesejada forma divina a indesejada forma divina a indesejada forma divina a indesejada forma divina
4.
A Besta e Eu 03:40
A árvore da aversão Cresceu das sementes plantadas nos meus pés … Ouvi o rugir da besta do fundo das vísceras Desejei afoga-lo E bebi, bebi E a besta interna de mágoas inúmeras aprendeu a nadar … Numa tentativa de cura Esqueci-me como sentir As luzes estavam acesas o mundo apagado E a besta rugiu De joelhos prostrado A besta vociferou Corre! Corre! E a besta estava livre por mim despejada Tornada realidade As estrelas na sua boca O amor transformado ódio Piedoso foi o estrago Amaldiçoo o sol refugiado na sua toca Aguardo a visita do sono E este não chega No meu sombrio rosto A besta e eu somos um E invadido o meu ser nos pulmões um oceano E eu oro e fico a ver A arte a nascer dos braços Todos morremos um dia... A besta e eu somos um!

about

All songs by Dansa Macabra
All lyrics by Maldoror and are in Portuguese.

credits

released June 22, 2018

Lyrics & Voice by Maldoror
Guitar by Claudio Neves
Drums by Letícia Contreiras
Bass by Nuno Vidal

Produced by Rui Neves

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Dansa Macabra Lisbon, Portugal

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